Lampreia no Alto Minho
«As pesqueiras são estruturas consideradas como prédios rústicos» (jornalista Andrea Neves, Jornal da Tarde, 3.01.2013). O Sr. António Castro, pescador e dono de uma pesqueira, explica mais: «Nós pagamos uma contribuição como seja um prédio rústico, uma casa ou assim. E depois pagamos uma contribuição para poder armar. E há muitas pesqueiras aqui que chamam-lhes eles interditas, que paga-se a contribuição, mas não se pode armar. É o mesmo que uma pessoa tendo a casa não pode habitá-la. A pesqueira é de uma pessoa só, foi quem a fez, os antepassados já. E depois aquilo fica dividido pelos filhos, pelos netos, e tudo mais. Depois cada um tem o seu dia aqui.»
Para o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, pesqueira é o «lugar em que há aparelhos de pesca». Quem nunca viu uma pesqueira, como é o meu caso, não vai, pela simples leitura desta definição, poder imaginar sequer do que se trata. Para o Dicionário Houaiss, que não nos leva mais longe, é o «lugar em que se encontram armações de pesca», mais ou menos a definição que já encontramos em dicionários mais antigos. Tendo em conta o que se vê na imagem, a melhor definição é a da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira (vol. 21, p. 468): «Construção de madeira ou alvenaria que se instala na margem ou leito do rio, para estabelecimento de aparelhos de pesca.»
(Quanto à contribuição, Sr. António Castro, não há-de ser elevada, pois o IMI rústico representa menos de 1 % do IMI total no País.)
[Texto 2561]