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Linguagista

Léxico: «camonista»

Andamos a perder palavras

 

 

      «Foram os primeiros volumes da última obra que D. Leonor de Noronha (1488-1563), filha de D. Fernando de Meneses, segundo marquês de Vila Real, fez publicar em Coimbra, por João da Barreira e João Álvares, entre 1550 e 1553. Dedicou-os a D. Catarina, mulher de D. João III, e intitulou a sua tradução Coronica Geral da Eneyda... des ho começo do mundo ate nosso tempo. Em Os Lusíadas (1572), Camões inspirou-se na história universal de Sabelico, conforme a lição do filólogo José Maria Rodrigues. E, um século depois da sua primeira edição em português, o célebre bibliógrafo e camonista João Franco Barreto ainda informava que os restantes volumes da tradução feita por D. Leonor circulavam em manuscrito» («Uma história do mundo quinhentista: Sabelico», Diogo Ramada Curto, Público, 26.02.2013, p. 26).

      O mais parecido que o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora regista é «camionista»...  Ah, sim, certamente, também regista «camonianista» (e «camoniano»), mas são muuuuuuuitas sílabas. O Vocabulário da Língua Portuguesa de Rebelo Gonçalves regista os três.

 

[Texto 2631]

Léxico: «nemátodo»

Que traduz a ideia de fio

 

 

      «Cientistas da Universidade de Coimbra e da Escola Superior Agrária de Coimbra desenvolveram um dispositivo para detectar a doença do nemátodo do pinheiro muito antes dos sintomas. O artigo que dá conta do trabalho foi distinguido com o Best Student Paper Award na Conferência Biodevices 2013, em Barcelona» («Nemátodo do pinheiro já tem detecção precoce», Teresa Firmino, Público, 26.02.2013, p. 29).

      É assim que andamos a ouvir e a ler há anos. No entanto, o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora só regista «nematode». O Vocabulário da Língua Portuguesa de Rebelo Gonçalves só regista «nematóide» (adj. 2 gén. e s. m.). A Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira (pp. 572 e 573 do vol. 18) regista, oh riqueza, «nemátodes», «nematóide», «nematódios» «nemátodos».

 

[Texto 2630]