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Linguagista

Como se escreve nos jornais

Era muito difícil

 

 

      «Em maio de 2011, o então cardeal Mario Bergoglio validou o dossier que seguiu para o Vaticano, onde deverá ser avaliado em “junho ou julho de 2013”, segundo referiu à AFP Horacio Zavala, vicário dos franciscanos para a Argentina e o Uruguai» («Padre argentino morto pela ditadura pode ser 1.º beatificado por Francisco», Diário de Notícias, 20.03.2013, p. 29).

      Facilmente se pode confirmar que o apelido é Zabala e não Zavala. Horacio Zabala, OFMconv. (da Ordem dos Frades Menores Conventuais), é vigário provincial dos Franciscanos. «Vicário» também existe, é certo, mas é adjectivo. Em castelhano é que adjectivo e substantivo se escrevem da mesma maneira, vicario.

 

[Texto 2703]

Mais marechais italianos

E no mesmo sítio

 

 

      «“Somos muitos, muitíssimos, alguns fardados e armados, mais tantos a paisana [sic]. Não houve sequer um distúrbio, os jovens, italianos ou estrangeiros, viveram com alegria e interioridade este momento mágico. Este Papa é único, justo [sic] para este país, que precisava de um líder como Francisco. Era deste Papa que estávamos a precisar...”, disse-me o “marechal” que comanda mais de dez grupos de 12 guardas, treinados para “atentados terroristas”...» («Uma só estrada para 150 mil», Manuela Paixão, Diário de Notícias, 20.03.2013, p. 29).

      Já aqui tínhamos visto, colhido também no Diário de Notícias, o termo italiano maresciallo mal traduzido por «marechal». É claro que as aspas — com que a jornalista julga desresponsabilizar-se, como quem diz não é isto, mas agora não tenho tempo para ver o que é — não atenuam o erro. Pelo contrário.

 

[Texto 2702]