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Linguagista

«Haver que», de novo

Temos de ver mais

 

 

      «Ora, o Hyde Park é uma espécie de Parlamento de algibeira, um Parlamento portátil. Só há que ter cuidado com os carteiristas das ideias» (A Língua Inglesa e a Vida em Londres, Vasco Botelho de Amaral. Lisboa: Centro Internacional de Línguas, 1958, p. 66).

      Não podia escamotear isto. Convicção ou inadvertência, certo é que Vasco Botelho de Amaral usou aqui a construção «haver que», o que não altera em nada, pelo menos para já, a minha opinião.

 

[Texto 2750]

Léxico: «fadaria»

É só querermos

 

 

      «De noite, com a fantasmagoria luminosa das paredes, numa fadaria de cor que encanta os olhos» (A Língua Inglesa e a Vida em Londres, Vasco Botelho de Amaral. Lisboa: Centro Internacional de Línguas, 1958, p. 18).

      Já lá vai o tempo em que se usava a torto e a direito feérico e feeria. A primeira destas leio-a agora a cada cinco anos, a segunda é muitíssimo raro encontrá-la. Vêm, é claro, do francês féeriqueféerie. Como não tínhamos nenhum derivado de «fada» que substituísse féerie, a determinada altura forjou-se este «fadaria». Mas não foi Vasco Botelho de Amaral a fazê-lo. Já num dicionário de francês-português publicado em 1847 o podemos ver. Por outro lado, em provençal, língua de que nos vieram várias palavras, ao poder mágico das fadas dava-se o nome de fadaria.

 

[Texto 2749]