Lusofonês personalizado
«Por um lado, estou esclarecida. José Mário Costa não precisa da minha “Contribuição para uma errata”, como a designei na ignorância de que não utiliza o nosso português mas sim, mais propriamente, um género de lusofonês personalizado.
Veio munido de bibliografia brasileira reiterar um “inerente nele”, com o à-vontade de quem vai na lanchonete. Chega a atribuir foros de figura de estilo (uma ênfase nada menos que camoniana!) ao seu peculiar “ruído de fundo à volta”. Lança-me a par e passo o Dicionário Houaiss, muito útil noutros aspectos, pouco ciente quiçá dessa notável síntese do humorista brasileiro Millôr Fernandes: “O Houaiss conhece todas as palavras da língua portuguesa; ele só não sabe juntá-las!”» («‘Agramatical’ lusofonia», Madalena Homem Cardoso, Público, 2.05.2013, p. 47).
Já aqui tínhamos identificado um inédito «ater-se em», que ninguém se atreveu, é verdade, a condenar, porque a língua é vasta e tudo é possível. Só estranhámos. Mas vão-me parecendo demasiadas singularidades.
[Texto 2802]