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Linguagista

Léxico: «caraquenho»

Isso está certo

 

 

      «Com as ossadas levadas para a salinha de estar, para a velha senhora continuar a ver a telenovela preferida, esta história sórdida ganharia a generosidade dos bandidos caraquenhos e bêbados baianos. Na despensa, é só uma história de netos rascas» («As ossadas da avó? Ao pé das cebolas...», Ferreira Fernandes, Diário de Notícias, 30.05.2013, p. 56).

      Não há erro nenhum, pois não, caraquenho é o natural ou o habitante de Caracas.

 

[Texto 2904]

«Procureur de la République»

O Sr. Moulin é procurador

 

 

      «Alexandre D. também é francês e, ao ser apanhado pela polícia em casa de uma amiga, em la Verrière (Yvelines), “reconheceu logo os factos”, disse, em conferência de imprensa, o procurador, que referiu “uma vontade de matar muito evidente” da parte do suspeito» («Jovem que atacou soldado em Paris converteu-se há pouco ao islão», Albano Matos, Diário de Notícias, 30.05.2013, p. 31).

      «Procurador», vá lá. Claro que ajuda — ou é determinante? — que no original seja «procureur de la République».

      «Alexandre D., 22 ans, suspect de la tentative d’assassinat du militaire samedi à La Défense, a été arrêté ce mecredi à 6h10 devant le domicile de l’une de ses amies à La Verrière (Yvelines). Pour le procureur de la République de Paris, François Molins, ce jeune homme originaire de Trappes et converti à l’islam «à la fin de sa minorité», a «agi au nom de son idéologie religieuse contre un représentant de l’Etat», ce qui relève de l’incrimination terroriste» (in Libération).

      Mas agora reparem: no jornal português lê-se «la Verrière»; no francês, «La Défense». Tem de haver sempre qualquer erro ou gralha ou distracção.

 

[Texto 2903]

«Empregado/empregue»

É esse o escopo

 

 

      «De sorriso no rosto, CR7 dá mostras que não por [sic] mal empregue o tempo que esteve na sala de espectáculos de Lisboa, aproveitando o resto da folga concedida pelo Real Madrid. [...] Quanto a Rihanna também não desiludiu na hora de fazer pose e fez-se fotografar ao lado do internacional com a famosa duck face (forma dos lábios)» («Rihanna recebe Ronaldo nos bastidores do concerto em Lisboa», Fernanda Mira, Diário de Notícias, 30.05.2013, p. 53).

      Empregue, diga-se lá o que se disser, não é particípio passado, mas apenas presente do conjuntivo. E o objectivo de nos fazer falar e escrever em inglês prossegue. Duck face é intraduzível, não querem ver?

 

[Texto 2902]