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Linguagista

Galochas para morrer

Calçado para a morte

 

 

      «Do Reino Unido vêm também as galochas Hunter. Criadas em 1856 por Lee Norris, um empresário do ramo da borracha que prosperou com a venda destas galochas aos soldados que morriam nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial» («Ferramentas de trabalho que se tornaram marcas de luxo», Joana Emídio Marques, Diário de Notícias, 24.06.2013, p. 48).

      Apenas os que prometessem morrer nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial é que podiam comprar estas galochas, é isso?

 

 [Texto 3021]

Outra na moda: «icónico»

Mas há alternativas

 

 

      «Só o logótipo [da Hèrmes] evoca essas origens humildes da marca que mais tarde criou objetos icónicos como as malas Birkin e Kelly» («Ferramentas de trabalho que se tornaram marcas de luxo», Joana Emídio Marques, Diário de Notícias, 24.06.2013, p. 48).

      «Esta fatalidade [morte do piloto dinamarquês Allan Simonsen [1978-2013)] veio ensombrar a 81.ª edição desta prova emblemática» («Perder a vida em Le Mans na sua corrida favorita», Diário de Notícias, 24.06.2013, p. 43).

 

 [Texto 3020]

Como falam os advogados

Boa desculpa

 

 

      «Em relação ao episódio do papel que Luís Carito retirou das mãos de um investigador da PJ durante as buscas efetuadas na sua residência, acabando por o engolir, o advogado Sancho Carvalho Nunes apenas afirmou que o caso está “descontextualizado” no âmbito das investigações. Mas não confirmou tratar-se de um papel contendo [sic] informação sobre a vida íntima do autarca» («Autarcas suspeitos de corrupção arriscam-se a dez anos de cadeia», José Manuel Oliveira, Diário de Notícias, 24.06.2013, p. 22).

      Boa desculpa. Vamos a 240 km/h na A1, a polícia apanha-nos e que dizemos? «Desculpe, Sr. Agente, mas está descontextualizado.»

 

 [Texto 3019]

Como falam os indignados

Até que enfim

 

 

      «A par das agressões físicas — que são as que resultam em queixa por parte das vítimas — são também registadas ameaças verbais. Nas secretarias dos tribunais começa a ser comum ouvir frases como “apanho-te lá fora e parto-te os cornos” ou “vocês estão todos comprados...”» («Casos de agressões a funcionários públicos disparam em Lisboa», Filipa Ambrósio de Sousa, Diário de Notícias, 24.06.2013, p. 20).

      Foda-se, até que enfim que se deixaram da hipocrisia das reticências. Parabéns, Filipa Ambrósio de Sousa. Merecia um prémio qualquer.

 

 [Texto 3018]

Ou pára ou corta

Não lêem o que escrevem

 

 

      «Se nos seus planos estiver uma ida à praia, o melhor é prevenir-se e levar para-vento» («Temperaturas atingem 40ºC», Joana Capucho, Diário de Notícias, 24.06.2013, p. 17). Pois é, mas no subtítulo pode ler-se: «Calor chega mas o vento não para. Se vai à praia, o melhor é levar corta-vento». Como se pára-vento e corta-vento fossem sinónimos.

 

 [Texto 3017]

«Superlua»

Agora, caramba, acertaram

 

 

      Depois de ontem terem escrito «super Lua», hoje acertaram. Acertou a jornalista Ana Maia: «A olho nu, de binóculos, telemóvel ou câmara fotográfica na mão. Cabeças inclinadas para cima só para apreciar a superlua que iluminou ontem os céus de norte a sul de Portugal» («O espetáculo da superlua», Ana Maia, Diário de Notícias, 24.06.2013, p. 16).

 

 

 [Texto 3016]