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Linguagista

Sobre «orangista»

E a Ordem de Orange?

 

 

      Nigel Dodds, deputado da Irlanda do Norte e chefe de um partido protestante, o Partido Unionista Democrático, foi atingido na cabeça por um tijolo durante a marcha anual dos orangistas, na sexta-feira, em Belfast. (Na notícia no Expresso, no primeiro parágrafo diz-se que foi uma pedra, no segundo parágrafo, que foi um tijolo.)

      Só temos aqui um problema: para o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, orangista é apenas o «relativo ou pertencente a Orange, província da África do Sul, ou que é seu natural ou habitante», ou o «natural ou habitante de Orange». Não chega: faltam pelo menos três sentidos, e entre eles o que está ali atrás.

 

 [Texto 3086]

Falar por enigmas

Contos de raiva, diz ela

 

 

      Mónica Baldaque, pintora e escritora, foi ao Bom Dia Portugal falar do seu novo livro de contos, Vinte Anos na Província, sobre as famílias tradicionais do Douro. Não sibila, mas sibilina: «Muitas [casas no Douro] estão vazias, ou bastantes estão vazias, outras estão entregues a... enfim, a todo um formulário completamente diferente, que tem outras intenções e outras... Tudo é desenvolvido noutros processos... e noutras...» Basta, estou cansado.

 

 [Texto 3085]

Tradução: «zizi»

Nem é mais bonito

 

 

      «E não tinha qualquer ideia sobre o aspecto de um homem. As estátuas de homens, que víamos em Versalhes, têm o zizi partido. Como eu não tinha irmãos e o meu pai não se mostrava, nunca soube como era um homem. Nos quadros, viam-se mais mulheres, nunca se viam homens» («Yvette Kapferer. Mais vale viver», Anabela Mota Ribeiro, «2»/Público, 14.07.2013, p. 22).

      Cara Anabela Mota Ribeiro, ora conte-nos lá, acha mesmo que zizi é português ou que não tem tradução? Já experimentou algo radical, sei lá, consultar um dicionário?

 

 [Texto 3084]

Agulha é agulha

Qual vulgo

 

 

      «Segundo o jornal La Tribune, uma peça de metal dessoldada no aparelho de mudança de via (vulgo “agulha”) terá estado na origem do descarrilamento» («Falha numa agulha fez descarrilar comboio», Carlos Cipriano, Público, 14.07.2013, p. 29).

      Nada de «vulgo»: até nos glossários de termos ferroviários «agulha» é o termo que se usa. Naquele jornal francês, pode ler-se: «La SNCF, contactée par Le Parisien, évoque la piste d’un problème d’aiguillage.»

 

 [Texto 3083]