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Linguagista

Léxico: «confusionista»

Atitudes e tendências

 

      Curioso que a palavra «confusionista», tantas vezes aqui usada por Montexto (alguns dirão que é por mim e não por Montexto, mas nada de confusões), não esteja em muitos dicionários. Não está, por exemplo, no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, que o mais parecido que regista é «confucionista» (e «confucianista», porque o português é pelo menos duplo — Agostinho da Silva citado por Montexto). «Interessava acima de tudo lançar dúvidas, despejar propaganda confusionista e manter “a rede de cumplicidades” que permitira executar o crime» (Memórias de Humberto Delgado, Iva Delgado. Lisboa: Leya, 2009, p. 290).


   [Texto 3093] 

«Envolto num líquido»?

Tudo trocado

 

 

      «O coração [de D. Pedro IV] foi doado à cidade do Porto em gratidão pela vitória liberal. Os anos passaram e o seu coração, envolto num líquido e encerrado num escrínio de vidro, precisa de repouso absoluto e ausência total de luz para ser preservado» («Coração de D. Pedro IV não sairá para o Brasil», Alfredo Teixeira, Diário de Notícias, 17.07.2013, p. 21).

      «Envolto num líquido»? E se fosse num pano, estaria imerso? Numa caixa de texto ao lado, lê-se que o coração está num sarcófago, cuja chave está no gabinete do próprio presidente da Câmara Municipal do Porto. Escrínio, sarcófago...


  [Texto 3092]

«País a quem»?

Assim vai a língua

 

 

      «O rei português D. Pedro IV morreu há 168 anos no Brasil, país a quem deu a independência e onde se tornou imperador» («Coração de D. Pedro IV não sairá para o Brasil», Alfredo Teixeira, Diário de Notícias, 17.07.2013, p. 21).

      Dantes sabia-se que o pronome relativo (ou interrogativo) «quem» só se aplica a pessoas ou a alguma coisa personificada. Agora, é o que se vê. E isto com jornalistas, imagino com a maioria da população. 


  [Texto 3091] 

Léxico: «incendiarismo»

Olha, não conhecia

 

 

      Nunca tinha lido nem ouvido: incendiarismo. É o acto de destruir algum objecto pelo fogo. Nada de modernice, já tinha aparecido num número de 1832 da Gazeta de Lisboa. Aparece também a traduzir o termo inglês «arson», «the willful or malicious burning of property (as a building) especially with criminal or fraudulent intent» (segundo o Merriam-Webster).

 

  [Texto 3090]