As aspas intrometidas
Não se justificam
«Até aos anos 1980, os comboios portugueses tinham não um segundo maquinista mas sim um “condutor”, que tinha como função dar o alerta à aproximação dos sinais, dizendo em voz alta “aberto” ou “fechado” consoante a posição destes. Uma medida destinada a reforçar a segurança no caso de o maquinista ir distraído. [...] Os “condutores” — que descendiam dos antigos fogueiros que punham carvão nas locomotivas — passaram a ser uma classe em extinção e hoje só se mantêm nos comboios de mercadorias» («Acidentes abrem debate sobre as vantagens de um segundo maquinista a conduzir comboios», Carlos Cipriano, Público, 12.08.2013, p. 9).
As aspas devem ser porque «condutor» é quem conduz — e este segundo elemento apenas assinala, alerta. Mas nada justifica as aspas, porque é esse o nome da função. E mais, o próprio jornalista afirma que «a mesma evolução tecnológica que tornou dispensável o segundo elemento na condução do comboio, etc.». Na condução, então.
[Texto 3176]