Indeterminado, mas topónimo
«O caso individual do aventureiro inconformado de outrora, que saltava o risco nacional, ou a transumância do rebanho penitente, que em fila indiana e com vieiras no chapéu vinha de Cascos de Rolha a Compostela, deram lugar a um excursionismo oficial e maciço por conta da unidade do mundo, de que já todos nos sentimos, pelo menos, cidadãos honorários» (Diários, Vols. IX a XII, Miguel Torga. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 5.ª ed., 2011, p. 52).
É assim (e também no plural — Cascos de Rolhas) que Rebelo Gonçalves regista na página 223 do seu Vocabulário da Língua Portuguesa. O Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora regista «cascos de rolha» e «Cascos de Rolha» — mas não regista, por exemplo, «cu-de-judas» e «Cu de Judas». Todos locais afastados e/ou indeterminados. (E por isso ainda hoje rio com vontade quando relembro esta frase de Nuno Pacheco, do Público, sobre o Acordo Ortográfico: «Até cu-de-judas deixou, para eles, de ser lugar remoto para ser o cu do próprio Judas, com caixa alta, assim mesmo.»)
[Texto 3210]