Léxico: «pingadeira»
Nunca vai acabar
«Os jornais de hoje revelam escândalo sobre escândalo, que na generalidade envolvem o Estado ou antigos dirigentes do Estado. Do BPN ao desaparecimento dos dossiers a pingadeira não pára. E previsivelmente não vai parar. O tal buraco de que tanto se fala não é só um buraco financeiro, é também o buraco dos “negócios” do Estado, que, pelos nossos 308 municípios, penetraram Portugal inteiro, de Lisboa à mais remota vila de Trás-os-Montes» («Confiança», Vasco Pulido Valente, Público, 25.08.2013, p. 56).
É palavra que Eça, citado antes deste excerto por Vasco Pulido Valente, também usou, assim como, noutro sentido, Camilo. Pingadeira é, entre outras coisas, em sentido figurado, negócio que vai rendendo sempre e despesa contínua. É isto, hoje, o nosso Estado, despesa para a maioria, negócio para uns tantos.
[Texto 3234]