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Linguagista

Léxico: «ingesta»

A toma, a ingesta...

 

 

      «E eis que no mesmo dia iam dois deles para uma aldeia, que distava de Jerusalém sessenta estádios, cujo nome era Emaús.» Assim escreveu um médico, São Lucas, o evangelista. Estádio, não estadio. Outro médico — como todos os médicos, actualmente —, o nefrologista Aníbal Ferreira, que ontem estava no Bom Dia Portugal para falar de doença renal crónica, disse «estadio».

      Este médico também usou um termo que só os médicos usam: «Os cálculos renais, a lítiase renal aumenta, associada regra geral a um componente de desidratação ou de menor ingesta hídrica, nos doentes que têm mais tendência a desenvolver esta complicação.» Ingesta é o que o organismo consumiu e absorveu.

 

  [Texto 3242]

Léxico: «criptobiose»

Pouco científicos

 

 

      Mais de 90 investigadores estiveram reunidos num congresso mundial, em Vila Nova de Gaia, a falar de seres microscópicos. Concretamente, dos tardígrados — animais que marcham com lentidão. São animais de reduzidíssimas dimensões, de que há pelo menos 1000 espécies, de corpo não segmentado, com quatro pares de patas locomotoras, que vivem nas águas, sobre as plantas aquáticas ou no lodo. Numa reportagem de ontem do Jornal da Tarde, falou, a propósito destes seres, Paulo Fontoura, investigador do Departamento de Biologia da Universidade do Porto: «Eles são capazes de entrar no processo chamado criptobiose, portanto, vidas escondidas, reduzem fortemente o metabolismo, inclusivamente chegam a ter cadeias de ADN destruídas e que conseguem depois recompor.» Esta «criptobiose», redução extrema do metabolismo, não está nos dicionários gerais.

 

  [Texto 3241]