Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Linguagista

«Dermoabrasão/dermabrasão»

Não se percebe

 

 

      Neste caso, o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora não apresenta a incoerência que acabámos de ver em relação a «hipestesia/hipoestesia». Nada disso: apenas regista a grafia dermabrasão («processo cirúrgico que consiste na raspagem da pele até à camada dérmica com o objectivo de remover sinais, cicatrizes ou outras imperfeições»), quando muitíssimo mais usada é a variante, igualmente correcta, dermoabrasão.

 

  [Texto 3299]

«Hipestesia/hipoestesia»

Nem pensar

 

 

      É um problema — um erro — comum a vários dicionários: registarem variantes com definições diferentes. Veja-se o caso de hipestesia/hipoestesia no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Em hipestesia, regista: «diminuição da sensibilidade»; em hipoestesia, regista: «diminuição relativa, sem ir até à supressão do conjunto, de várias ou de uma das sensações». Ora, não pode ser, e muito menos quando não têm, como é o caso, remissões recíprocas.

 

  [Texto 3298]

«Manteiga em nariz de cão»

Continuem

 

 

      «Esta mentira, camaradas e amigos», disse ontem, em Évora, Jerónimo de Sousa, «durou tanto como manteiga em nariz de cão.» É o único dirigente político português cujo discurso merecia um estudo, mas é ver o que se diz nas redes sociais: que não sabem como ele inventa estes ditados; que não é «nariz», mas «focinho», etc. Nada sabem nem nada investigam, pensam, e pensam mal, e escrevem. Nariz é outra forma de nos referirmos ao focinho dos animais. Este ditado concretamente pode ler-se, por exemplo, em Herculano. A Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira cita esta frase de Rebelo da Silva: «– É segredo! e segredo em boca de mulher derrete-se que nem manteiga em nariz de cão!... Sabe o ditado, tia Angélica?...» (De Noite Todos os Gatos tão Pardos).

 

  [Texto 3297]