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Linguagista

Léxico: «poncha»

Diga «3333»

 

 

      «A grande popularidade da poncha (bebida à base de aguardente de cana-de-açúcar, mel e sumo de fruta) na Madeira ajuda a explicar o recente aumento da produção de maracujá na ilha, diz Cláudia Ferreira, da Direcção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural da ilha» («Produção de maracujá está a crescer», A. P. C., Público, 29.09.2013, p. 24).

      Ainda só bebi ponche, e este nome, poncha, só pode ter sido atribuído por analogia. Prefiro esta receita à do Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, que junta aguardente, açúcar e água.

 

  [Texto 3333]

«Por que misteriosa razão»

Não é misteriosa, não

 

 

      «Mas, mais grave do que tudo o resto, porque misteriosa razão, cinco anos depois do “escândalo BPN”, os tribunais não o puseram ainda no banco dos réus, com o bando de cúmplices que o serviu?» («A nossa mansidão», Vasco Pulido Valente, Público, 29.09.2013, p. 56).

      Escreve-se, quase toda a gente sabe ou sabia, «por que razão», ou seja, por (preposição) + que (pronome relativo), e, logo, «por que misteriosa razão», mas a mansidão leva-os a não mexerem na prosa do Sr. Pulido. Por mim, está bem.

 

  [Texto 3332]

«Os milhares»

Desconcordância

 

 

      «Rio elogiou o sucesso da movida, e as milhares de pessoas que atrai, ligando-a à regeneração do espaço urbano num conjunto de artérias da Baixa da cidade, aos esforços de animação iniciais feitos pela própria autarquia que está prestes a deixar de dirigir» («Rui Rio teria “dificuldade para manter o ritmo” de obras de... Rui Rio»,  Abel Coentrão, Público, 28.09.2013, p. 15).

      Abel Coentrão, então já não sabe de que género é a palavra «milhar»? Costumava ser do género masculino. Sim, podíamos tratar de matéria mais interessante, mas não sem antes resolver o básico, não é?

 

  [Texto 3331]

É mais ou menos isso

Pequeno e verde

 

 

      «O [Prémio] Stirling consta já do currículo de vários ateliers de renome e distinguiu obras que já são emblemáticas: desde o edifício de Norman Foster na City londrina, o 30 St Mary Axe (2004) — conhecido informalmente como o “gherkin” — ao MAXXI de Zaha Hadid (2010) em Roma, passando pelo Terminal 4 do Aeroporto de Barajas, em Madrid (Richard Rogers, 2006)» («Prémio Stirling: um castelo do século XII é o melhor edifício de 2012»,  Joana Amaral Cardoso, Público, 28.09.2013, p. 26).

      Por acaso é conhecido por The Gherkin, que em português é «pepino» e não «pequeno pepino». Gherkin é um pepino pequeno e verde, usado, lê-se nos dicionários de língua inglesa, «to make pickles».

 

  [Texto 3330]