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Linguagista

Ortografia: «audioguia»

Não há tempo

 

 

      «A primeira explanação já conhecida parece ser uma sátira ao estilo convencional dos áudio-guias de museus, com frases como “está a observar um tipo de pintura chamada graffiti, do latim graffito, que significa graffiti com um O”» («Banksy invade as ruas de Nova Iorque», Vítor Belanciano, Público, 3.10.2013, p. 33).

      Está o jornalista ilibado da (aparente?) parvoíce, porque acabei de ler a transcrição em inglês: «“You’re looking at a type of picture called graffiti, from the Latin ‘graffito,’” the audio guide offers, “which means ‘graffiti,’ with an ‘o.’”» (aqui). Mas só pode ser audioguias, porque o elemento audi(o)- não se liga por hífen ao elemento seguinte. Claro que os jornalistas não têm tempo para pensar nestas minudências e investigar. Sobretudo não têm meios.

 

  [Texto 3352]

Tradução: «shutdown»

Paralisados, do pescoço para cima

 

 

      «O primeiro shutdown do Governo norte-americano em quase 20 anos – o último foi repartido entre o final de 1995 e o início de 1996, duarante a presidência de Bill Clinton – tem as consequências óbvias da falta de dinheiro para pagar ordenados e do impacto no turismo devido ao encerramento de museus e parques nacionais, por exemplo» («O shutdown deixou funcionários sem ordenado e congressistas sem sopa», Alexandre Martins, Público, 3.10.2013, p. 28).

      Não compreendo: shutdown para aqui, shutdown para ali, até no título, quando num dos parágrafos se usa um equivalente possível: «Mas a paralisação do Governo norte-americano pode durar semanas, e quem fica semanas sem receber o ordenado por causa de um debate no Congresso que correu mal pode não ter o sentido de humor no menu preferido.» Na semana passada, foi com filibuster que nos bombardearam. Não nos dão descanso.

 

  [Texto 3351]