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Linguagista

90 mil livros por dia

Impressionante

 

 

      Viram o Sexta às 9 de ontem? Foram visitar a gráfica da Porto Editora. «É um dos maiores grupos editoriais nacionais. Da gráfica da Porto Editora saem, em média, 90 mil livros por dia, 12 milhões por ano.» Boa parte escolares, podemos supor. Nunca se publicou tanto, nunca se leu tão pouco.

 

  [Texto 3428]

«Preferir ... a/antes querer»

Como sai

 

 

      Sobre Rui Moreira, recém-eleito presidente da Câmara Municipal do Porto, no «Sobe e desce» de hoje no Público: «Não apresentou uma agenda de projectos em carteira, como muitos autarcas fazem, preferiu antes afirmar o seu desejo de voltar a puxar pelo poder local» (p. 56).

      Eles sabem vagamente como é, é inegável, mas nem sempre acertam. E por isso misturam, confundem, enganam-se, atrapalham-se.

 

  [Texto 3427]

Léxico: «salvado»

E há muito

 

 

      «Depois de uma queda, alguns dos seus espigões agudos ficaram dobrados e um dos dois aros que envolvem esses espigões amolgou-se de forma considerada irrecuperável tanto pelo artista como pela seguradora da obra, a Hiscox, que acabou por pagar a peça [Perfume (vertiginoso e obscuro) IV, de Rui Chafes] e entrar na sua posse como salvado» («Sabe o que fica de uma obra à qual o artista retira a autoria? “Nada”», Vanessa Rato, Público, 23.10.2013, p. 32).

      O nosso espanto não tem fim: o vocábulo «salvado» ainda não está nos dicionários. «Forma do verbo salvar», lê-se no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Também, mas é comummente usado como substantivo no ramo dos seguros: salvados são as peças, partes substituídas ou o próprio veículo sinistrado, que passam para a propriedade da seguradora. Por extensão de sentido, será qualquer objecto.

 

 

  [Texto 3426]

«Um Picasso, dois Monets»

Está mesmo

 

 

      «A cada sessão no tribunal, uma novidade. É um filme sem fim, este do roubo de sete pinturas, entre elas um Picasso e dois Monets, há um ano do centro de arte Kunsthal em Roterdão, Holanda» («Ladrões de Picasso e Monet admitem roubo mas acusam galeria de negligência», Cláudia Carvalho, Público, 23.10.2013, p. 34).

    Um Picasso, dois Monets, três Goyas, quatro Kandinskys... E por aí fora. Prova que, afinal, ainda há jornalistas que sabem que a marca do plural é necessária. É o básico, bem sei, mas temos de nos contentar com pouco. E, tal como, obra a obra, Lisboa melhora, os jornais, letra a letra, podem deixar de ser aquela treta.

 

  [Texto 3425]

E não a nefanda

Está a entrar nos eixos

 

 

  «“Podemos, claramente, falar de uma negligência com graves consequências”, disse aos jornalistas Catalin Dancu, advogado de Radu Dogaru (o cabecilha do grupo), à saída do tribunal, sobre a sua argumentação no julgamento, com base num relatório da polícia holandesa. [...] Dogaru, Bitu e Darie declararam-se ontem culpados, admitindo o roubo e a tentativa de venda no mercado negro — quando foram detidos e deixaram as obras com a mãe do cabecilha» («Ladrões de Picasso e Monet admitem roubo mas acusam galeria de negligência», Cláudia Carvalho, Público, 23.10.2013, p. 34).

 

  [Texto 3424]