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Linguagista

Sobre «maçon»

E toucinho fumado

 

 

      Não me surpreende muito que o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora não registe o vocábulo «maçon». (No entanto, regista «bacon», o toucinho de que quase todos os tradutores gostam.) Já sabem porquê. Mas não registar «maçom»? No plural, «maçons», são iguais, e nem sequer sabemos se é francês, se é português. Apenas acolhe «mação», pouco usado decerto porque parece o masculino de «maçã», não é? «Pedreiro-livre», então.

 

  [Texto 3432]

Príncipe Jorge

Em português, pois claro

 

 

      Estão a tomar juízo. «Aos três meses, o príncipe Jorge surge em público pela segunda vez. [...] A escolha dos padrinhos de Jorge mostra bem como Kate e Guilherme levam a sério o desejo de criar o filho da forma mais simples possível. [...] São sete os padrinhos de Jorge Alexandre Luís» (Fátima Silva, Telejornal, 23.10.2013).

 

  [Texto 3431]

Gramática é com eles

Palavreado hiperbólico

 

 

      «“Um nada, zero, inútil, traidor, auto-centrado [sic], calculista, contraditório”. Seis adjectivos para o Presidente da República, numa única frase no Facebook», disse no Telejornal de ontem o jornalista Luís Miguel Loureiro. Gramática é com eles. Isabel Moreira, a deputada que, a fingir que era jornalista, descreveu daquela maneira o Presidente da República, disse que o fez «obviamente usando o palavreado hiperbólico do Facebook».

 

  [Texto 3430]

Tradução: «decisione interlocutoria»

Para quem é

 

 

      «Assim, tendo em conta a atual controvérsia na Alemanha, foi uma decisão moderada», disse o jornalista italiano Iacopo Scaramuzzi a propósito da suspensão do bispo de Limburgo, Franz-Peter Tebartz-van Elst, que gastou 31 milhões de euros em obras na residência episcopal. Quer dizer, não disse exactamente aquilo, até porque não há-de saber falar português. Era o que se lia nas legendas do Telejornal de ontem, numa peça de Rita Marrafa de Carvalho. «È una decisione interlocutoria», é o que Scaramuzzi disse, o que é diferente. No ordenamento jurídico português também temos decisões interlocutórias, que são os actos processuais praticados pelo juiz, quando decide uma questão incidental sem dar solução final à lide proposta em juízo. Se o tradutor não tinha de se ater aos estritos termos jurídicos (não nos podemos esquecer que mais de 10 % dos portugueses são analfabetos, e são estes que vêem televisão, até porque não podem andar a perder tempo com o Facebook), também não podia desviar-se assim tanto. Há alternativas.

 

  [Texto 3429]