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Linguagista

«Espaçotemporal»

Tripla, desta vez

 

 

      «Os mundos possíveis não actuais não são planetas distantes; não são entidades que tenham uma relação física, ou espácio-temporal, com o planeta Terra, nem com o universo em que vivemos» (Essencialismo Naturalizado, Desidério Murcho. Lisboa: Angelus Novus, 2002, p. 16).

      Para quem entende que espácio- é elemento de composição de natureza substantiva, correcto é «espaciotemporal». Para o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, porém, nem isso está em causa, só há uma forma de grafar: «espaçotemporal». E pronto, eis — sem que o tivéssemos pedido — três formas de escrever o mesmo.

 

  [Texto 3440]

Léxico: «hemitórax»

Uns sim, outros não

 

 

      «Um golpe na região do hemitórax direito de João Carlos Ribeiro, orientado da direita para a esquerda, da frente para trás e ligeiramente de baixo para cima — lê-se no processo» («O homem que matou um homem e encontrou Saramago na prisão», Catarina Fernandes Martins, «2»/Público, 27.10.2013, p. 14).

      O Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora apenas regista «hemotórax». Se eu sugerir a inclusão de «hemitórax», responder-me-ão, porém, que já está no Dicionário de Termos Médicos. Numa notícia no Público da semana passada, foi usado um termo semelhante a estes dois, «hematórax», que também está apenas no Dicionário de Termos Médicos. Só falta, pois, para serem consequentes, tirarem «hemotórax» do Dicionário da Língua Portuguesa.

 

  [Texto 3439] 

Tradução: «bow window»

Querem ver que

 

 

    «Está tudo na arquitectura. As casas dos Beatles são pequenas; as fachadas, opacas. Apenas a de John tem bow windows, e as luzes acesas, numa avenida larga. São em pleno subúrbio, longe do centro de Liverpool e da sua digna monumentalidade» («As ruas de Liverpool», Jorge Figueira, «2»/Público, 27.10.2013, p. 9).

      Peço licença para lembrar, bow window tem, obviamente, tradução para português. Na literatura traduzida, nunca vi nenhuma bow window.

 

  [Texto 3438]

Maus exemplos

VPV, o metafísico

 

 

      «O mal deste trio [Seguro, Sócrates e Soares] é que, para além da sua intransigência e vociferação, não oferece nada ao partido ou a Portugal, que, peço licença para lembrar, ainda aqui anda» («A grande zaragata», Vasco Pulido Valente, Público, 27.10.2013, p. 56).

 

  [Texto 3437]