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Linguagista

Traduzir com exigência e critério

Províncias vizinhas do silêncio

 

 

      «Trata-se apenas de um exemplo [escola de tradutores, na Holanda] do que pode ser feito por quem transporta de outras língua para as nossas línguas-mães as obras que permitem partilhar novos conhecimentos, novas ideias e novas visões do mundo. Quanto melhor se traduz, com exigência e critério, mais beneficiam a língua de origem e a traduzida, bem como a própria cultura. E isto, pelo menos, pode ser dito e compreendido em qualquer língua» («Traduzir não é trair, é universalizar», José Jorge Letria, Público, 28.10.2013, p. 47). «Sem a tradução», recorda José Jorge Letria que George Steiner escreveu, «habitaríamos províncias vizinhas do silêncio».

 

  [Texto 3445] 

Revisão

É a vida

 

 

    Depois de agradecer a dezenas de pessoas, de lordes e ilustres para cima, Virginia Woolf deixa, em Orlando, este agradecimento final: «Por último agradeceria, se não tivesse perdido o seu nome e morada, a um cavalheiro americano que generosa e gratuitamente corrigiu a pontuação, a botânica, a entomologia, a geografia e a cronologia de anteriores obras minhas e que, segundo espero, não irá privar‐me desta vez dos seus serviços.» Um revisor informal, decerto competente — e de nome desconhecido para sempre.

 

  [Texto 3443]

Não esqueçam

É português

 

 

      Bem, é melhor não esqueceram completamente o grego, ou pelo menos como sempre se transcreveram para português palavras gregas. Ainda hoje li que o mensageiro da  Batalha de Maratona (490 a. C.) foi Pheidippides e que o percurso dele incluiu o «monte Parthenio». Ora, sempre se escreveu Fidípides (ou Filípides), e o monte é, sem qualquer dúvida, o Parténio.

 

  [Texto 3442]

Léxico: «psi»

É grego

 

 

      «Estou a falar com dois psis, pai e filha. Para compreender alguma coisa de quem são e da vossa relação, tenho de começar pelo complexo de Édipo da Joana?» («Joana e Carlos Amaral Dias. Amar é natural na espécie humana?», Anabela Mota Ribeiro, «Domingo»/Público, 27.10.2013, p. 19).

      Sim, mas para o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, ainda é apenas o nome da vigésima terceira letra do alfabeto grego.

 

  [Texto 3441]