Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Linguagista

Uma «direcção» esquisita

Vamos silenciá-la

 

 

      Para descansar da questão galega, fui à Decathlon, em Alfragide. Embora conheça o caminho de olhos fechados, liguei o GPS, um TomTom, porque a última vez que o usara não funcionava bem. A própria palavra «Decathlon» não sai muito escorreita da voz clara e bem audível de Joana, uma das vozes por que podemos optar, mas isso é o menos, desculpável até, pois trata-se de uma indicação secundária. Muito pior é não abrir a vogal de «direcção», muito longe de /dirɛsɐ̃w/, conforme transcrição fonética do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa. Faz impressão. A viagem já não corre bem. Não serão (diabos os levem) estragos causados pelo Acordo Ortográfico de 1990?

 

  [Texto 3466]

Léxico: «masseira»

Outra falha

 

 

      «São os campos de masseiras, zonas cultivadas no terreno arenoso das dunas.» Ah, os dicionários. Abro o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora e vejo que desconhece esta acepção de masseira. É verdade que têm este nome porque, na sua forma, as parcelas quadrangulares, com os lados inclinados, parecem masseiras, os tabuleiros em que se amassa a farinha para o fabrico do pão.

 

  [Texto 3465]

A língua e o autismo

Melodia e simplicidade

 

 

  «Miguel, um dos utentes do CAO [Centro de Actividades Ocupacionais], percebe tudo o que lhe dizem tanto em português como em inglês, mas responde em inglês. As terapeutas não conseguem perceber porquê. “Talvez tenha aprendido nos vídeojogos e na Internet. O inglês é quase sempre a língua preferida dos autistas, provavelmente pela melodia e por ser mais fácil”» («“Para perceber um autista, é preciso aprender a pensar como ele”», Mariana Correia Pinto, Público, 4.11.2013, p. 13).

 

  [Texto 3464]