Uma letra a mais
E é outra coisa
«A história das centenas de cartas inéditas trocadas entre Camilo Castelo Branco e o amigo de infância, Carlos Ramiro Coutinho, visconde de Vouguela, agora publicadas em Camilo Íntimo (Clube do Autor, 378 págs.), é um enredo que exigiria deliberação a Calisto Elói Barbuda, o inocente morgado de província, corrompido pelos costumes da capital, no clássico A Queda de um Anjo» («As cartas perdidas de Camilo», Sílvia Souto Cunha, Visão, 1.11.2012, p. 110).
Que diria neste caso o autor do tal blogue «político»? Talvez que a jornalista devia ter mais cuidado. É verdade que, mais à frente, é Ouguela — o correcto — que se lê, mas esta é a primeira ocorrência, e no leitor que desconheça de quem se trata fica a dúvida. E mais: terá tido Camilo apenas este amigo na infância? Bem, algo certo, para contrabalançar: «Este tesouro camiliano inédito faz, igualmente, um vívido retrato da sociedade da época, e das convulsões sociais e políticas; nomeadamente, a conspiração que levou Ouguela à prisão, que pretendia afastar os Braganças do poder e destituir D. Luiz I.»
[Texto 3514]