Será mesmo um erro?
«A ideia surgiu», respondeu o professor Arlindo Ferreira, «um pouco por brincadeira, nos comentários do blogue. Uma leitora sugeriu fazer T-shirts para os protestos [que se realizam hoje em várias cidades] e até sugeriu algumas frases. Acabou por ficar “Esta prova é um erro CrXto”. Depois juntou-se outro colega que tinha capacidade para tratar da impressão e entrega das T-shirts. E foi assim que surgiu a campanha» («“Será difícil convencer 500 professores a corrigir a prova”», Patrícia Jesus, Diário de Notícias, 16.11.2013, p. 48).
Hã?! Primeiro, vem-nos à mente o acrónimo ΙΧΘΥΣ. A frase que se lê em todo o lado é «Esta prova é um erro Crato»; na T-shirt, em cima do que pode ser um a, surge o sinal de errado. Como diriam os da glote, a frase permite várias leituras. Quem escreveu a frase (um aluno?) enganou-se e em vez de «crasso» saiu «crato» (como está tudo grafado em maiúsculas, o nome do ministro é apenas sugerido). Por isso, algum professor — competentíssimo, que certamente não precisa de se submeter à prova de avaliação — apôs o sinal de errado sobre o a. Ou — inclino-me mais para esta — o que se pretendia escrever era uma apóstrofe ao ministro da Educação, mas, como até revisores (!) e professores de Português (!!) fazem, sem a vírgula antes do vocativo: «Esta prova é um erro, Crato.» São Marcos lhes valha.
[Texto 3527]