Nada de novo
«O que resta dos magníficos armários — muitos ter-se-ão estragado quando foram deslocados do local original — e dos animais (golfinho, leopardo, veado e canguru desapareceram; crocodilos ainda há dois, mais uma piton e o gigantesco crânio de um hipopótamo), assim como centenas de relíquias de laboratório e uma coleção de modelos de plantas em porcelana alemã de rara beleza (e decerto valor), está armazenado numa sala pequena, juntamente com o “quadro de honra”, uma caravela feita por alunos para oferecer ao reitor, uma “carteira” original, daquelas em que o assento está pegado à mesa, com buraco para tinteiro e tampo de levantar, na qual Artur Antunes consegue ainda acomodar-se, e muita nostalgia» («Camões e a lição do liceu», Fernanda Câncio, Diário de Notícias, 18.11.2013, p. 28).
Já vimos, e até mais de uma vez, que píton (ou pitão) é do género masculino. «Quadro de honra» e «carteira» entre aspas é tolice de muitos jornalistas, a que Fernanda Câncio — oh surpresa! — não escapa. Ainda na semana passada vi duas salas de aulas no Colégio Militar com carteiras — mesas inclinadas para escrever ou estudar — destas. Não tinham aspas.
[Texto 3545]