Inútil e ridículo
«Antes acreditava-se que os doentes [de esquizofrenia] nunca iam poder ter uma vida normalizada, trabalhar, construir uma família. O paradigma está a mudar. “Com a recuperação (recovery em inglês) as pessoas têm de definir um rumo e responsabilidades. Ajuda-os a pensar que não estão sós, que devem ter sonhos e ambições que podem ser alcançados.”» («Voltar a viver para lá dos muros da depressão e esquizofrenia», Ana Maia, Diário de Notícias, 11.12.2013, p. 18).
É sempre difícil acreditar quando vemos coisas destas. O que é que a palavra inglesa «recovery» tem que a portuguesa «recuperação» não tem? Deve ser o ípsilon. Tão útil como se se tivesse dito assim: «Com a recuperação, as pessoas têm de definir um rumo (way em inglês) e responsabilidades. Ajuda-os a pensar que não estão sós, que devem ter sonhos e ambições que podem ser alcançados.»
(E o advérbio de tempo «dantes» também está em extinção, como o mais-que-prefeito e o ponto-e-vírgula.)
[Texto 3657]