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Linguagista

«Main en visière»

Há sempre melhor

 

 

      «Je mis ma main en visière.» Nada de especial, mas como li uma tradução mais canhestra, aqui fica. Duas formas de a traduzir, uma mais à letra. «Franziu os olhos, para vencer melhor o clarão do Sol que lhe batia de chapa, e pôs a mão em pala» (Porto Manso, Alves Redol. Lisboa: Publicações Europa-América, 1979, p. 29). «Eu nem as via, nem estava a jeito para lhes atirar e pus a mão em viseira, para ver se atinava de onde elas vinham e para onde elas iam, para depois lhes seguir no encalço» (O Dia Marcado, Domingos Monteiro. Lisboa: Sociedade de Expansão Cultural, 1963, p. 75).

 

  [Texto 3671]

Léxico: «gentrificação»

No Bairro Alto

 

 

   «Se a tendência para a “gentrificação” mais agressiva é já uma realidade, Pedro Costa [professor do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE)] explica que há certos aspectos que impedem que a transformação do bairro seja mais acelerada. “Existem restrições em termos de planeamento. O Plano de Pormenor não deixa construir com certos materiais nem instalar elevadores, tem restrições ao trânsito. As pessoas não podem parar o carro à porta e as casas são muito pequenas.”» («Mesmo aos 500 anos o Bairro Alto não pára de se reinventar», André Vidal e Camilo Soldado, Público, 15.12.2013, p. 23).

      Vem do inglês e está em alguns dicionários. No Aulete, podemos ler que é o «processo de recuperação do valor imobiliário e de revitalização de região central da cidade após período de degradação; enobrecimento de locais anteriormente populares».

 

  [Texto 3670]

É «gueto»

Pois, e para quê?

 

 

      «Com o PC feliz no seu velho ghetto e o PS numa perpétua trapalhada, um antigo BE resolveu arranjar um “partido”, deliberadamente sem doutrina e disciplina, em que as prima-donas da esquerda pudessem falar à sua vontade e ser ouvidas, sem perturbação, por meia dúzia de gatos pingados. Nada sairá deste concurso de asneiras, mas não interessa. A patetice pública alivia a alma» («Como a esquerda se entretém», Vasco Pulido Valente, Público, 15.12.2013, p. 64).

      A propósito de patetices. Há séculos que se escreve gueto, mas Vasco Pulido Valente acha que só escrevendo «ghetto» é que se percebe bem a ideia. E andamos nisto.

 

  [Texto 3669]