«Tu cá, tu lá»
Se é fino, é francês
«Clientes sobretudo mulheres, empregados todos homens, tu-cá tu-lá com denominações como crêpe georgette (tecido fino, enrugado, geralmente de seda natural), cetim duchaise (cetim espesso de seda natural), soie laine (tecido de lã e seda), pongé (seda natural muito fina, usada para forro e sombras), bouclé (lã com “caracolinho”) e outros jargões do ofício, e com o trato altivo de quem se considera a nata do comércio e se habituou a atender gente de posses e com gostos caros» («Adeus, casa Souza, adeus ó sedas de luxo que não voltam mais», Fernanda Câncio, Diário de Notícias, 23.12.2013, p. 21).
Já tenho visto assim, mas os dicionários registam tu cá, tu lá. «E outros jargões do ofício»? Percebo, mas está mal. Não, não tem nada que ver com o argumento cultiparlante de que «gíria» é mais correcto, mas antes a extensão artificial do termo. Natural seria «e outros termos do jargão do ofício».
[Texto 3721]