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Linguagista

Pronúncia: «panteão»

É a oportunidade

 

 

      Com a morte de Eusébio, alguns jornalistas, da rádio e da televisão, têm de começar a aprender a pronunciar a palavra, tão simples, «panteão». Não é, como acabei de ouvir da boca de João Adelino Faria, «pantêão». Para mim, ainda é pior do que isto, do mesmo jornalista: «Para que tudo corresse bem [no casamento de Kate e de William], foram precisos muitos, mas muitos preservativos.» Que foi mero lapso, claro, prontamente corrigido.

 

  [Texto 3797]

Ou vai ou racha

Angela, as melhoras

 

 

      Escreve-me um leitor: «Acabo de ler num rodapé do noticiário da RTP Informação que “Angela Merkel rachou a bacia”.» Assim, à bruta. São sinónimos, e para esta gente é quanto basta. Faz lembrar a outra com o «haverem multas», porque é sinónimo de «obter comunicação de; receber».

 

  [Texto 3796]

Tradução: «shooting stick»

Devia estar nos dicionários

 

 

      «Depois de estar vinte minutos apoiada no pé do meu banco de fechar, a observar Mohammed Hassan e o seu grupo, avanço para junto de ‘Isa Daoud, e mais tarde venho a saber que o achado do dia — um lindo pote de loiça cinzelada — foi encontrado logo depois de eu ter saído de lá» (Na Síria. Conta-me cá como Vives, Agatha Christie Mallowan. Tradução de Margarida Periquito. Lisboa: Tinta-da-China, 2010, p. 118).

      Corresponde a shooting stick no original: «After leaning hopefully on my shooting stick for twenty minutes, watching Mohammed Hassan and his gang, I move on to ‘Isa Daoud, to learn later that the find of the day, a lovely pot of incised ware, was found just after I had moved my pitch.» Banco dobrável também não estaria mal.

 

  [Texto 3794]

Léxico: «borraceiro»

Terceira vez na vida

 

 

      «Eu e Max arrancamos para Hasetshe na Mary, esperando que tudo corra bem, apesar de o céu estar encoberto e cair um borraceiro» (Na Síria. Conta-me cá como Vives, Agatha Christie Mallowan. Tradução de Margarida Periquito. Lisboa: Tinta-da-China, 2010, p. 99). Ainda só tinha me tinha deparado com ele por duas ocasiões; uma foi na Via Sinuosa, de Aquilino. Vão lá buscar o dicionário, eu espero: «O sr. Chinoca pharmaceutico, por uma tarde de borraceiro, despachou um proprio com carta sua a dizer que tinha necessidade instante de me fallar.»

 

  [Texto 3793]

Sobre «indução»

Pelo menos para mim

 

 

    Tozé Martinho: «Na minha família todos os homens são médicos e sempre houve uma indução para que seguisse Medicina» («“Devia ter sido mais pai-galinha”», entrevistado por Rita Resendes, «Vidas»/Correio da Manhã, 4 a 10.01.2014, p. 38).

   É verdade, indução é sinónimo de sugestão, persuasão, mas creio que é relativamente raro encontrar o vocábulo com este sentido.

 

  [Texto 3792]

Tradução: «tired vegetables»

Não cá

 

 

      «Compramos carne de qualidade duvidosa, da qual se levanta um bando de moscas, alguns legumes já cansados e pão muito bom, acabado de fazer» (Na Síria. Conta-me cá como Vives, Agatha Christie Mallowan. Tradução de Margarida Periquito. Lisboa: Tinta-da-China, 2010, p. 89). No original: «We buy meat of a doubtful character from which flies rise in a swarm, some rather tired vegetables and some very good freshly made bread.» Hum, demasiado à letra, não? «Legumes já murchos», «legumes já estiolados», entre outras, são formas correctas e correntes de o traduzir.

 

  [Texto 3791]