No casino — um rodo
A vida oscila
Recordam-se, decerto, de já aqui ter trazido a questão de como referir o utensílio para aproximar e recolher o dinheiro nas bancas do jogo. Sim, é o rodo. E o nome que tem o empregado de casino que dirige uma mesa de jogo. Sim, é o banqueiro. O leitor Rui Almeida, que está a ler Poesia, de Eugenio Montale (Assírio & Alvim, 2004, com tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos), ficou impressionado ao ver que o tradutor recorreu, num dos poemas, respectivamente, a pá e a... croupier. Quanto a pá: «Como qualquer pessoa da minha idade», escreve Rui Almeida, «com um mínimo de referências, e mesmo sem nunca ter entrado num casino, percebo naturalmente do que se trata, mas imaginei que tivesse outro nome, que também não me ocorre qual seja.» É esse, muitas vezes, o problema: percebemos, mas devia lá estar outra palavra. No original está cucchiaione, «colherão»; no outro caso que já vimos, era rastrello. Quanto a croupier, tolera-se no caso, pois também há uma frase em francês: les jeux sont faits.
[Texto 3885]