Sua Excremência
«“Não sou culpado, minha senhora”, respondeu Pistorius à juíza Thokozile Masipa, após ter assegurado que compreendia as acusações contra si, nomeadamente o porte e uso de armas proibidas» («Pistorius reclama inocência no primeiro dia do julgamento», Diário de Notícias, 4.03.2014, p. 41).
Parece o empregado de mesa a dizer a uma cliente que não tem culpa de estar uma mosca a boiar na sopa. David Smith, correspondente do Guardian, assegura que foi assim: «Asked by the judge, Thokozile Masipa, how he pleaded, Pistorius rose and replied softly: “Not guilty, my lady.”» Outros, porém, afiançam que foi desta maneira: «Not guilty, Your Worship.» E há-de haver outras formas de tratamento em inglês, o que nada nos interessa. Temos de usar as nossas.
O que me trouxe à memória isto: «En la posguerra española se contaba que un día, en Buenos Aires donde se había refugiado, el poeta comunista R. Alberti dirigió al Embajador de la España franquista una carta que empezó con una variante escatológica del saludo ceremonial de moda: Excrementísimo Señor. Sin duda para no romper la unidad estilística, el poeta del 27 utilizó a continuación como zalema “Su Excremencia”. Se non è vero...» (El humor en el español formal, Jacques De Bruyne. Cáceres: Universidad de Extremadura, 2009, pp. 92-93).
[Texto 4175]