Corrigir o original
Assobiar é que não
Lembram-se de eu aqui ter perguntado que deve o tradutor fazer perante um evidente erro do autor? E indicava as alternativas: corrige, faz uma nota ou assobia para o lado. O leitor Rui Almeida mandou-me cópia das páginas 605 e 606 da revista Brotéria (n.º 5/6, de 1998, Vol. 146), em que se pode ler uma carta à direcção enviada pela tradutora Inês Madeira de Andrade a propósito de uma crítica feita naquela revista à tradução portuguesa da entrevista dada pelo cardeal Joseph Ratzinger a Peter Seewald (O Sal da Terra — O Cristianismo e a Igreja Católica no Limiar do Terceiro Milénio. Um Diálogo com Peter Seewald. Lisboa: Multinova, 1997). Quase no fim da carta, lê-se: «Na tradução portuguesa (cf. p. 91) foram ainda corrigidos lapsos que se encontravam no original alemão (exemplo: cf. original alemão, p. 125: Glaube, Hoffnung, Liebe, die Kardinalstugenden), o que não aconteceu na tradução francesa (cf. tradução francesa, p. 116: Foi, esperance, charité, les vertus cardinales).»
[Texto 4303]