«Croissant/croissã/cruassã»
Um crescente
María Lillo, jornalista do jornal El País, foi tomar o pequeno-almoço com o arqueólogo Marcus H. Hermanns, que comeu um cruasán de albaricoque. Quem é que não percebe logo do que se trata? Bem, mas o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora regista «croissã», embora remeta para «croissant». Já passou pelo Ciberdúvidas esta questão: «Quanto à proposta do Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa, parece-me que, de facto, há uma certa incoerência: se aportuguesaram a terminação para “ã”, porque não aportuguesar também o “oi” para “ua”, como de resto faz o Dicionário Aurélio? Por outro lado, também não me parece que “cruassã” seja a melhor forma para nomear os tradicionais bolos franceses, já que, apesar de coerente, não é reconhecida pela maior parte das pessoas. Nesta medida, defendo a proposta do Dicionário Houaiss e do da Porto Editora, que referem “croissant” para designar os bolos em forma de crescente» (resposta da consultora Susana Correia).
Tem razão quanto à incoerência, não já quanto ao resto (até há ali um erro de raciocínio). Claro que é reconhecida pela maior parte das pessoas — mas temos de usá-la mais. E, já agora, aportuguesá-la como deve ser. Reconhecem, como reconhecem «sutiã» e muitas outras que começaram a ser usadas.
[Texto 4455]