Sobre «testamento vital»
A pior escolha
«A partir de 1 de julho, os portugueses podem dizer quais os tratamentos médicos que querem ou não receber em situação de doença e essa informação passa a estar disponível num registo nacional, acessível a todos os médicos do País. O testamento vital entra assim em funcionamento real, mais de um ano depois da [sic] lei da diretiva antecipada de vontade ter sido aprovada e de ter ficado por regulamentar a forma como essa informação estaria acessível» («Registo do testamento vital arranca a 1 de julho», Ana Maia, Diário de Notícias, 5.05.2014, p. 12).
Ficaria bem afirmar agora que a linguagem é construída socialmente pelo consenso intersubjectivo, mas pelo menos em relação a estas questões não é verdade. Porquê «testamento», que tem relevância patrimonial e eficácia causa mortis? Tinham muito por onde copiar, o que até costumam fazer – living will, advance directives, Patientenverfügungen, instrucciones previas, voluntad antecipada –, mas não.
[Texto 4511]