Afinal, mudou
«Após António Costa ter subido ao “país real” e sido insultado com galhardia por algum povo, a PGR abriu um inquérito, Manuel Alegre considerou os incidentes “intoleráveis” e, com a originalidade que o define, o próprio Dr. Costa achou-os “inaceitáveis”. [...] Embora muitos cidadãos tivessem preferido que a Justiça fizesse justiça ao Eng. Sócrates, a história [sic] começa a colocar o cavalheiro no lugar que merece. Depois de, nas recentes europeias, a mera presença do cavalheiro num almoço de campanha afundar decisivamente as pretensões eleitorais do seu partido, o partido desatou a tratá-lo com a deferência normalmente dedicada à lepra. E se não se estranha muito que alguns apoiantes do Dr. Seguro usem as palavras “descalabro” e “desastre” para avaliar a governação do Eng. Sócrates, estranha-se um bocadinho que o Dr. Costa já se refira aos “erros” da mesma» («Futebol: uma confissão de ignorância», Alberto Gonçalves, Diário de Notícias, 29.06.2014, p. 47).
Não coincide exactamente com o fim da revisão no Diário de Notícias, mas a verdade é que só há pouco o cronista passou a grafar as abreviaturas com maiúscula. Custa um pouco a engolir, mas só pode ter sido o próprio a aprender. Ainda em Março era o «sr. Marco António», o «eng. Sócrates», o «dr. Costa», etc. Talvez o Espírito Santo descesse em seu auxílio quando numa crónica teve de escrever «D. Afonso Henriques». É que «d. Afonso Henriques» ficava um bocado foleiro, não é? Uma epifania.
[Texto 4778]