«De imprevisto»?
Paredes ou muros
«Naquele lado do passeio, não longe da minha desconhecida, apareceu de imprevisto um senhor de casaca, com uma idade muito respeitável, embora não se pudesse dizer o mesmo do seu porte. Caminhava aos tombos, apoiando-se nas muralhas à cautela» (Noites Brancas, Fiódor Dostoiévski. Tradução do francês de Maria João Lourenço. Lisboa: Clube do Autor, 2013, pp. 30-31).
Existe a expressão «de imprevisto»? De improviso (que significa de repente, à pressa, sem preparação), sim. E serão mesmo muralhas? Na tradução italiana, que tenho à minha frente, lê-se: «Avanzava barcollando, appoggiandosi con precauzione al muro» (Le Notti Bianche, Fëdor Dostoevskij. Tradução de Daniela Polato. Milão: Edizioni San Paolo, 2012).
[Texto 5113]