Sobre «crioulo»
Nem para nós
«Por outro lado, Sandra Ataíde Lobo lembra que os brâmanes “são muito educados”: “A educação é para eles um programa de classe. Estudam e através do estudo combatem a discriminação e procuram ter oportunidades. Eram cidadãos do império, tinham direitos e para os usufruir tinham de estudar.” É isso que possibilita a situação excepcional de Goa e das elites goesas em relação aos restantes territórios do império, conclui a historiadora, acentuando o facto de que mesmo em Cabo Verde, onde se salientaram elites criolas, elas não adquirem nunca o estatuto dos goeses» («António Costa, um político para além da cor da pele», São José Almeida, Público, 24.11.2014, p. 12).
Por vezes, até «criôlo» se vê; contudo, atestadas nos dicionários, só duas grafias: crioulo e crioilo. E agora vejam isto: os dicionários de castelhano dão como étimo da palavra criollo o português «crioulo»; alguns dicionários da língua portuguesa, por sua vez, afirmam que o étimo do nosso «crioulo» é o castelhano criollo. Nem para nós somos bons.
[Texto 5289]