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Linguagista

Escrever e depois... rever (2)

Outra vez

 

      «“As partículas de plástico no mar agem como magnéticos para químicos tais como DDT, PCB, retardadores de chama e outros poluentes”, explicou Anna Cummins, numa entrevista dada a meio do projeto de investigação» («Uma gigantesca “sopa” feita com 270 mil toneladas de plástico», Pedro Sousa Tavares, Diário de Notícias, 12.12.2014, p. 24).

   «Magnético» não é apenas adjectivo? Então? Tanto erro é uma revoltante falta de respeito ao leitor. Parece que nos estão a fazer um frete.

 

[Texto 5368]

Única e exclusivamente

Temos é de pensar

 

     «“Dirija-se a um super ou hipermercado e tente encher um carrinho de compras com diferentes produtos que não têm embalagens nem etiquetas feitas de plástico”» («Uma gigantesca “sopa” feita com 270 mil toneladas de plástico», Pedro Sousa Tavares, Diário de Notícias, 12.12.2014, p. 24).

      O «súper» lá de trás, que está errado, fazia aqui falta, porque a forma reduzida de «supermercado» é «súper» e não «super». Ora aqui está uma boa analogia: quando usamos dois advérbios de modo seguidos, com o primeiro na forma abreviada, este tem a acentuação da palavra plena ou desenvolvida. Por exemplo, «única e exclusivamente», e não «unica e exclusivamente».

 

[Texto 5367]

Escrever e depois... rever

Tempo de aprender

 

      «Estas estendem-se por todo o lado. E além de impossíveis de recolher e eliminar, são muito mais perigosas» («Uma gigantesca “sopa” feita com 270 mil toneladas de plástico», Pedro Sousa Tavares, Diário de Notícias, 12.12.2014, p. 24).

   Recordo um excerto de um comentário de Montexto: «Porque “possível” e “impossível” não se empregam desta maneira, excepto na variante do português qual hoje o vês dos maluquinhos da língua e afins.»

 

[Texto 5366]

Ortografia: «superporta-aviões»

Sei lá se é gralha

 

      «O termo “sopa” parecerá quase benévolo para descrever tamanho problema. Basta pensar que os súperporta-aviões Nimitz, da Marinha norte-americana, deslocam um peso na ordem das 100 mil toneladas para se ter uma noção da enormidade do impacto ambiental deste material, inventado há pouco mais de 150 anos» («Uma gigantesca “sopa” feita com 270 mil toneladas de plástico», Pedro Sousa Tavares, Diário de Notícias, 12.12.2014, p. 24).

 

[Texto 5365]

Léxico: «jota»

Em breve

 

      «E foi justamente esse gosto que o fez [a Cristóvão Simão Ribeiro] aderir à jota, com 14 anos, mesmo contra a vontade da família» («Fã de Dylan quer acabar com exames para as ordens. Eis o próximo líder da JSD», Octávio Lousada Oliveira, Diário de Notícias, 12.12.2014, p. 16).

      Não está ainda em todos os dicionários; não está, pelo menos, no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora.

 

[Texto 5364]

Ortografia: «Lua de mel/lua-de-mel»

Não fui eu

 

      «E deram início a uma longa e invulgar “lua-de-mel”, cuja conclusão é um retrato que ninguém gostaria de ter no álbum de recordações: existem perto de 270 mil toneladas, 5,25 biliões de peças individuais, a flutuar nos mares» («Uma gigantesca “sopa” feita com 270 mil toneladas de plástico», Pedro Sousa Tavares, Diário de Notícias, 12.12.2014, p. 24).

      Segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990, a grafia é «lua de mel». Isto só pode ter sido escorreganço do editor, porque nunca o jornalista daria este erro tão elementar.

 

[Texto 5363]

Regência verbal: «chamar»

Não é essa a regência

 

   «Chama-se projeto 5 Gyres (giros), numa alusão a correntes marítimas, e como o nome sugere envolveu muitas voltas pelos oceanos do planeta à procura do que Marcus Eriksen e Anna Cummins, um casal de investigadores, chamam resumidamente de “sopa de plástico”» («Uma gigantesca “sopa” feita com 270 mil toneladas de plástico», Pedro Sousa Tavares, Diário de Notícias, 12.12.2014, p. 24).

 

[Texto 5362]