Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Linguagista

«Correr Ceca e Meca»

E olivais de Santarém

 

      «Nesta passagem, a reinvenção é ilustrada na expressão durativa com carácter genuinamente africano, “correr seque e musseque”, para abalar as vestais dos estereótipos ocidentais, como correr Ceca e Meca» («Luuanda — 1964/2014. Catana literária contra o colonialismo», José Luís Mendonça, Cultura, Jornal Angolano de Artes e Letras, 24-27.12.2014, p. 4).

      É assim exactamente que se escreve e não, como muitas vezes se lê, «Seca e Meca».

 

[Texto 5388]

«Resumptivo»?

Isso agora...

 

      «O colóquio “De Luuanda (1964) a Luandino (2014): veredas” abriu no dia 10 de Novembro, com a conferência de Salvato Trigo, da Universidade Fernando Pessoa, intitulada “Luuanda: nacionalização literária, reinvenção e angolanização da língua portuguesa”. “De forma muito resumptiva”, afirmou à [sic] dada altura da sua prelecção, “direi que Luuanda foi uma ruptura linguística no trajecto até então feito, em poesia ou em prosa, por Luandino Vieira, porque, como tive ocasião de escrever, num estudo de fundo que fiz sobre o autor, “o seu texto lança as bases para uma profunda africanização da linguagem literária de raiz portuguesa, não só pela violação da norma, mas também, e principalmente, pela paixão neológica e analógica” ou metafórica, que aprendeu confessadamente em Sagarana, de João Guimarães Rosa. (...)» («Luuanda — 1964/2014. Catana literária contra o colonialismo», José Luís Mendonça, Cultura, Jornal Angolano de Artes e Letras, 24-27.12.2014, p. 3).

      Não me perguntem o que significa. Entreadivinho, apenas. Claro que um colóquio serve para isto mesmo, lançar dúvidas.

 

[Texto 5387]

«Extracto/estrato»

Hoje em Angola

 

      «A sua [da língua] preservação, em quantidade, conteúdo e forma, tem mobilizado diferentes extractos sociais» («Língua, identidade e cultura nacional», MBangula Katúmua, Cultura, Jornal Angolano de Artes e Letras, 24-27.12.2014, p. 7).

      Ah, afinal não é só em Portugal que se escreve de qualquer maneira. Hoje descemos até Angola e cá está a confusão entre «extracto» e «estrato». Se algum leitor conhecer MBangula Katúmua, diga-lhe que é «estrato social» e sugira-lhe que leia este texto.

 

[Texto 5386]

Léxico: «procinético» e «venotrópico»

Menos uma desculpa

 

      Mas não só: por sugestão minha, o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora passou a registar a expressão «pintar o sete» e os vocábulos «venotrópico» e «procinético», estes últimos para prevenir, pois já sei que há por aí médicos e farmacêuticos que não os escrevem correctamente.

 

[Texto 5385]