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Linguagista

«Que se as deixe»

Outra prenda para Mário de Carvalho

 

    «Marcar fortemente uma posição contra as convenções não implica que se as deixe de usar, ao menos nestes planos da linguagem e da comunicação» (Quem Disser o Contrário É porque Tem Razão, Mário de Carvalho. Porto: Porto Editora, 2014, p. 158).

    Título profético. Quem disser o contrário é porque tem razão: não é assim que se escreve, já o vimos. Fica para reflexão (e para o próximo guia prático de escrita de ficção).

 

[Texto 5398]

Ortografia: «fluido/fluído»

Já vimos que não é assim

 

      «As boas reacções foram uma constante, incluindo dos muitos turistas que passeiam naquela zona, e a PSP, ao preparar a reactivação do serviço [de sinaleiro], que só não foi retomado já no Verão por causa das obras no túnel da Ribeira, não se alheou deste expectável impacto. A peanha, que põe o agente a olhar o trânsito de cima, tem ares de antiga, e a farda, capacete e talabar [sic] (cinto largo) incluídos, lembram outros tempos. A isto, junta-se um cuidado especial na escolha dos agentes, que, percebido o jeito, e treinada a arte, dominam aquele espaço em volta com gestos fluídos» («PSP reforça serviço de sinaleiros em Lisboa e retoma-o no Porto», Inês Boaventura e Abel Coentrão, Público, 24.12.2014, p. 15).

      Descuidam-se e quase acertam: é fluido. Dir-se-ia que por serem duas cabeças pensariam melhor, mas não é manifestamente o que aconteceu. E é talabarte, e não *talabar.

 

[Texto 5397]