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Linguagista

Se fosse sempre assim...

Sem furriéis, mas com capitães

 

      «À capital do estado do Massachusetts estão ainda a chegar centenas de pessoas [para serem avaliadas como possíveis jurados para o julgamento de Djokhar Tsarnaev], algumas de locais remotos como Nantucket, uma ilha habitada por 10.000 pessoas a mais de 40 quilómetros do continente — e que é também um dos pontos centrais do épico Moby Dick, de Herman Melville» («Pena de morte no centro do julgamento dos atentados em Boston», Alexandre Martins, Público, 6.01.2015, p. 24).

      Fica assim provado que, seja qual for o teor da notícia, se pode falar de literatura. Fiquei com tanta vontade, que vou reler a edição da Portugália que aqui tenho e vou comprar a versão em BD para a minha filha. De caminho, também vou rever o filme, realizado por John Huston, com Gregory Peck como capitão Ahab e a magnífica banda sonora de Philip Sainton.

 

[Texto 5425]

Novos postos

Furriéis, comodoros e cabos-mores

 

      «Entre as medidas [alterações ao Estatuto dos Militares das Forças Armadas] antecipadas pelas associações está a introdução de três novos postos. E é na classe de sargentos que o regresso do posto de furriel para os militares do quadro permanente está a gerar críticas. A decisão faz recuar as Forças Armadas “30 anos na história”, explica o sargento Lima Coelho, presidente da Associação Nacional de Sargentos. Actualmente, o posto de furriel existe apenas no regime de contrato e voluntariado. […] Além do posto de furriel, deverão ser criados os postos de comodoro (para os oficiais, o primeiro posto de oficial-general) e de cabo-mor (tornando-se no mais alto posto para os praças)» («Regresso do furriel revolta sargentos», Nuno Sá Lourenço, Público, 6.01.2015, p. 8).

 

[Texto 5424]

Eram diminutivos

Carminho em grande

 

      «Quem entrou numa maternidade portuguesa durante o ano passado e perguntou pelo bebé João teve 1809 oportunidades de ver o pedido acedido. Mesmo assim, o valor é modesto ao lado das 4809 Marias que nasceram em 2014. Estes foram, tal como já tinha acontecido em 2013, os nomes mais escolhidos pelos pais, segundo os dados avançados ao PÚBLICO pelo Instituto dos Registos e Notariado (IRN). […] O ano de 2014 foi também um ano em que as Carminhos se afirmaram definitivamente em relação às Carmos. O tradicional nome português só foi escolhido 18 vezes, contra as 107 da versão que era conhecida como diminutivo e que agora pode ser registada. O mesmo acontece com as três Rosários, mas que neste caso apenas encontram seis Rosarinhos» («Maria e João foram os nomes mais usados pelos pais em 2014», Romana Borja-Santos, Público, 6.01.2015, p. 12).

 

[Texto 5423]

Léxico: «abelha-rainha»

Falemos de abelhas

 

      Sinónimo de «abelha-mestra»? «Abelha-rainha». Mas esta não adeja no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Nem (agora que o desenterrei posso afirmá-lo) no Dicionário Houaiss. O que pode acarretar uma consequência assaz desagradável: o falante não formar bem o plural, que é «abelhas-rainhas» (substantivo + substantivo, como couve-flor/couves-flores).

 

[Texto 5422]

Léxico: «bemba»

Agora bemba

 

      Para o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, bemba é: 1. Uma ave angolana; 2. O mesmo que tulha ou celeiro, na Guiné-Bissau. Ora, num texto que estou a rever, o autor diz-nos, copiando mais ou menos textualmente o que se pode ler na Wikipédia, que bemba ou chibemba é uma «língua bantu» (e no plural, «línguas bantu», é de cair para o lado). É por isso que gostava de ver naquele dicionário a definição de que é uma língua banta, para ficarmos com acepções apenas relativas a África. Agora que exumei o Dicionário Houaiss (era uma das minhas mais firmes resoluções para 2014, cumprida nos últimos dias do ano), posso dizer que é acepção que consta neste dicionário.

 

[Texto 5421]