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Linguagista

Alguém que pensa

Sem eufemismos nem tecnicismos

 

      «“Isto são factores protectores importantes”, comenta Lisa Vicente [chefe da Divisão de Saúde Sexual, Reprodutiva, Infantil e Juvenil da DGS]. Na sua opinião, mais importante do que punir os infractores é mesmo evitar que mais meninas sejam sujeitas a estas práticas ancestrais africanas, presentes em diversas etnias animistas, muçulmanas e cristãs. Para chegar às crianças e jovens em risco, acha importante alterar até a linguagem usada. Parece-lhe que os profissionais têm de usar as palavras “corte” ou “tradição” ou “fanado” [fanado di mindjer, nome crioulo para o corte dos genitais femininos] em vez de mutilação ou excisão. “Também não chamamos mutilado a um coxo”, exemplifica» («Num ano, foram detectados 43 casos de mutilação genital feminina», Ana Cristina Pereira, Público, 6.02.2015, p. 9).

      E tem razão. Pena é que haja quem faça precisamente o oposto: em certa escola do 1.º ciclo, uma professora (ou todas?), no Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, instruiu os alunos que não se diz «deficiente», mas «diferente». Só à estalada.

 

[Texto 5529]