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Linguagista

«Hidroponia», de novo

Erva verde? Tudo normal

 

     «Nesta fase, antes do desmame, os vitelos crescem livremente na herdade, junto das vacas, e são alimentados com palha e a tal erva verde, de cevada, semeada na estufa de hidroponia (técnica de cultivo sem solo) da propriedade» («Estas vacas fazem muuu em japonês», Tânia Pereirinha, Sábado, 5-11.2015, p. 58).

    É a quarta vez que trazemos o termo «hidroponia» para o blogue. Hoje, fica ilustrado com esta reportagem da revista Sábado.

 

[Texto 5551]

Sobre vacas e dicionários

Gordo, nutrido... e o resto?

 

      «Ao todo, juntamente com o sócio Nuno Príncipe Rosado, 37 anos, tem 24 vacas, um boi e 21 vitelos wagyu ali, na Herdade da Pereira. Os bezerros já nasceram em Portugal, foram os primeiros da raça. “Comprámos as vacas já cheias [grávidas], uma abortou e duas crias morreram com doenças neonatais”, explica Manuel Silveira» («Estas vacas fazem muuu em japonês», Tânia Pereirinha, Sábado, 5-11.2015, p. 57).

    É espantoso que a jornalista se veja obrigada a explicar que «cheia» significa «prenhe» ou «prenha» («grávida», no seu léxico da Rua Sésamo). Ou talvez não seja assim tão espantoso: afinal, no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora não encontramos esta acepção de «cheio».

 

[Texto 5550]

Mas que seja português

Em três línguas, então

 

      «O Seu Nome seja santificado, e jamais vanificado, pisoteado, etc.» Está bem, são santos desejos, mas, se já «pisoteado» é puro castelhano importado, «vanificado» é puro italiano — nunca importado. Não pode ser.

 

[Texto 5549]

Léxico: «dureiro»

As melhoras

 

      «A obra de Fialho de Almeida, ainda que muitos o não aceitem, é, na realidade, um dos tesoiros mais preciosos de que a literatura portuguesa se pode orgulhar», escreve um fialhófilo (termo que usa), Alberto Saavedra, num opúsculo, A Linguagem Médica Popular de Fialho, de que tenho aqui um exemplar autografado: «Ao distinto escritor e crítico de Arte Ex.mo Senhor Dr. Aarão de Lacerda. Homenagem de admiração de Alberto Saavedra. Pôrto, Agosto de 1916». Aarão de Lacerda foi, de facto, crítico de arte, além de escritor, musicólogo e director da Escola de Belas-Artes do Porto. Só uma entrada, que não encontramos em todos os dicionários: «DUREIRO — Obstipado. “Homem dureiro, com atonias de tripa superiores talvez às suas atonias do cérebro...” Os Gatos, 1.º vol., pag. 109.»

 

[Texto 5548]