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Linguagista

Tempos e regência verbal

Um certo convite

 

      Recebi agora mesmo um convite para assistir a uma conversa sobre a obra A Noite mais Longa, de Miguel Pinheiro, publicado pela Esfera dos Livros. «Na noite de 6 de agosto de 1968», pode ler-se nele, «aqui, em Cascais, houve um evento que chamou a atenção das mais altas figuras do estado [sic]. Um evento que “antecipou” as alterações profundas que a sociedade portuguesa assistiu, pois quisera o destino traçar que nesses dias se anunciava o princípio do fim do regime com a decadência física de Salazar.» Tempos e regência verbal são apenas dois dos calcanhares de Aquiles de muitos falantes (e dir-se-ia, mas estaríamos enganados, porque estamos a falar de bípedes, que não têm mais), mesmo dos que trabalham com livros.

 

[Texto 5602]

Sem «suxi», mas com «temacaria»

Sete cães a um osso

 

    A Uber, lê-se em alguns jornais, numa parceria com o Noori, «temakeria portuguesa», está a oferecer aos seus clientes do Porto e de Lisboa, hoje e amanhã, refeições de sushi. A operação envolve ainda outros estrangeirismos, mas só estes já nos dão que fazer. Uma vez que a imprensa não teve coragem para aportuguesar esta última e escrever suxi, por exemplo, como já em tempos concluímos que seria a melhor grafia, pelo menos que passemos a ver temacaria, que é o restaurante especializado na confecção de 手巻き, temaquis (está bem: temakis), cones recheados com algas nori, arroz de suxi (está bem: sushi), entre outros ingredientes.

 

[Texto 5601]