Como se fosse (mal) traduzido
«Tive perto de dez anos de jornal, centenas de quilos de papel, mais de três mil exemplares, guardados entre o sótão da casa de Portalegre e um armazém a cair de velho na nossa quinta. Até, eventualmente, eles serem comidos pelos ratos e pela humidade, e o meu pai ter decidido pôr um ponto final naquela loucura, livrando-se dos restos do espólio. Ainda estou para lhe perdoar esse gesto de elementar bom senso» («Eu, o MEC e o PÚBLICO 25 anos depois», João Miguel Tavares, Público, 5.03.2015, p. 109).
Este não é, na verdade, um «finalmente»? «Eventualmente» é sinónimo de «casualmente», isto é, «por acaso». Não é assim que os ratos fazem: é tudo a eito. Se fosse uma tradução, dava-se o desconto, mas assim, nem pensar.
[Texto 5631]