S. Exas.
Por vezes, omitir é melhor
«Antes de o Governo Guterres tomar posse, a Fundação Casa de Mateus decidiu organizar um debate sobre educação onde estavam as luminárias da altura: Veiga Simão, Roberto Carneiro, Marçal Grilo e outros místicos do género. Expliquei então a S. Exas que elas preparavam um enorme desemprego de diplomados. S. Exas riram com impaciência e superioridade. Hoje com certeza que não se riam» («Um leitor protesta», Vasco Pulido Valente, Público, 20.03.2015, p. 52).
Que raio de abreviatura é aquela sem o ponto de abreviação? E a concordância nominal está errada: se o cronista indica as «três luminárias da altura: Veiga Simão, Roberto Carneiro, Marçal Grilo e outros místicos do género», são eles e não elas (e, se houvesse adjectivos, também concordariam com o sexo das pessoas identificadas pela forma de tratamento). E mais: com a omissão do pronome, que não geraria nenhuma ambiguidade, ainda ficava melhor.
[Texto 5673]