Uma vez, por graça
«A extrema-esquerda portuguesa parece um óvulo fecundado pela crise, em pleno processo de divisão celular: só da barriga do Bloco de Esquerda já nasceram o Livre, a Associação Fórum Manifesto, que deu origem ao movimento Tempo de Avançar (ex-Manifesto 3D), mais o novo Juntos Podemos, que entretanto se cindiu no novíssimo Agir, que por sua vez se fundiu no novérrimo PTP/Ag!r, com ponto de exclamação e tudo» («Tanta esquerda, tão pouca direita», João Miguel Tavares, Público, 24.03.2015, p. 48).
É burlesco, forjado, a imitar um superlativo absoluto sintético como nigérrimo, por exemplo. Tem a sua graça, sobretudo numa progressão: novo, novíssimo, novérrimo.
[Texto 5684]