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Linguagista

Ponto de ironia

Podia dar jeito, sim

 

     Sabiam que em grego clássico não existia o sinal de exclamação? E, no entanto, foi por influência da língua grega que se foram introduzindo, a pouco a pouco, os sinais de pontuação nas línguas europeias. E do ponto de ironia, já tinham ouvido falar? Foi inventado por Alcanter de Brahm, no século XIX, e ficava no fim da frase, assim: Cavaco Silva é muito loquaz؟ Para quem não percebe à primeira...

 

[Texto 5691]

«Patos com o Diabo»: ainda o AOLP

O pesadelo continua

 

      Nuno Fradique Vieira evoca hoje a sua professora de Português, e termina o seu artigo no Público assim: «Em prol da memória da Dra. Maria Alice, agradeço ao PÚBLICO por não enveredar pelo caminho do “menor esforço” que está a conduzir à destruição da Língua Portuguesa e ao aumento da iliteracia — criando situações deploráveis onde escritores consagrados por um Nobel celebram “patos” com o Diabo e sinais de trânsito proíbem a passagem “exeto” para (ironia das ironias) acesso à Faculdade de Letras e à Faculdade de Ciências. Escusando-se a adoptar o “Acordo Ortográfico”
 de 1990, que não é “Acordo” (porque um acordo pressupõe a concordância de todas as partes) e não é “Ortográfico” (porque a palavra grega “orthós”, como a Dra. Maria Alice nos ensinou, significa “direito” — 
e este pseudo-acordo é uma ode à tortuosidade, à incoerência e à pequenez de espírito), o PÚBLICO está a preservar o legado de todos os professores e professoras que foram como a minha hoje querida Dra. Maria Alice. Bem hajam!

      Nota: Junte-se a nós no Facebook; adira a “Cidadãos contra o ‘Acordo Ortográfico’ de 1990”» («Aprendi com quem sabia», Nuno Vieira Fradique, Público, 27.03.2015, p. 49).

      Tirando o exagero — e, de certa maneira, disparate — de afirmar que o Acordo Ortográfico aumenta a «iliteracia», tudo o mais é verdade e deplorável.

 

[Texto 5689]

Léxico: «cavalheiramente»

Uma oratória com um século de atraso

 

      «Só que, posto de parte cavalheiramente este fantasma da Marinha Grande, ficam algumas perguntas, que merecem resposta. Será, por exemplo, que, a benefício de uma amnésia incurável e total, Costa já esqueceu o que foram os bons tempos de António Guterres: a indecisão diária, a desordem no Governo, a ausência de autoridade, o populismo intermitente de um primeiro-ministro católico?» («Henrique Neto», Vasco Pulido Valente, Público, 27.03.2015, p. 52).

     Cavalheiramente. É advérbio que eu não via desde as Novelas do Minho. A propósito de coisas antigas, pergunta Vasco Pulido Valente quem preferirá António Costa: «Ou
 a invenção de Soares, que dá pelo nome de António Nóvoa, e que não se recomenda por mais do que uma oratória com um século de atraso e uma vacuidade absoluta?»

 

[Texto 5688]