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Linguagista

«Arteriosclerose/aterosclerose»

Algo me diz que não

 

      Arteriosclerose e aterosclerose são dois termos que andam muito confundidos. Mais do que confundidos: há quem afirme que são sinónimos. Leio na Medipédia: «A aterosclerose e a arteriosclerose são duas doenças que frequentemente se confundem, não só pela semelhança linguística dos termos, mas também por ambas definirem o mesmo processo de acumulação de gordura na parede arterial. No entanto, são doenças diferentes: a primeira diz respeito aos grandes vasos (de grande calibre) e a segunda aos pequenos vasos (de pequeno calibre).» Esta distinção, de tom pedagógico, estará certa?

 

[Texto 5698]

«Derivado de/devido a»

A enfermeira ou o médico?

 

      «A enfermeira anunciou-lhe que derivado à esponja esburacada a barriga cresce e ele a esmurrar o tórax, vitorioso

      — Ainda está lisinha» (Quinto Livro de Crónicas, António Lobo Antunes. Alfragide: Publicações D. Quixote, 2013, p. 195).

      Bem, ele conheceu mais enfermeiras do que nós, saberá que é assim que falam. Mas... assalta-nos, insidiosa, uma dúvida: e se a confusão é do autor, sancionada pelo revisor filológico? Pois é... 

 

[Texto 5697]

AOLP90 e as instituições sérias

Pensem nisso

 

      Do correio dos leitores para o provedor do Público, respigamos esta reclamação: «A leitora Helena Faria escreve: “Na edição do passado dia 13, sob o título ‘Apocalise abruto’, Octávio dos Santos cita diversas organizações que, na opinião do autor, constituem exemplos de erros graves na escrita. (...) Apesar de se tratar de um artigo de opinião não nos parece correcto que o autor utilize exemplos de organizações sérias e respeitadas para fazer valer a sua opinião que é tão válida como a de quem decide utilizar o acordo ortográfico”» (29.03.2015, p. 53).

    Pois a mim, e a qualquer pessoa sensata, parece-me correcto e legítimo, até porque não se trata de diferença de opinião, antes de quem adoptou as novas regras ortográficas não o saber fazer com proficiência. E a culpa é de quem, nossa ou desses falantes?

 

[Texto 5696]

Quem muito escolhe...

Temos melhor

 

      O «Escrito na pedra» de hoje, no Público, é uma citação do poeta satírico francês Mathurin Régnier (1573-1613): «Quem muito quer escolher fica com o pior.» Não há no nosso adagiário o mesmo, mas melhor? Há, pois: Quem muito escolhe, pouco acerta.

 

[Texto 5695]