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Linguagista

«Foi amputado a uma perna»?

Nada disso

 

    «Por causa de um cancro num joelho, foi amputado a uma perna, e morreu pouco depois, aos 37 anos, mas tinha deixado de escrever muito antes de morrer. E há desde logo esse mistério, para Gastão Cruz: quando e porquê sente um escritor não ter nada mais para dizer?» («Um poeta sobrevivente», Susana Moreira Marques, Público, 5.04.2015, p. 26).

    Um leitor avisou-me, porque lhe soava mal, e fui ver. Isto não se diz assim. Operado a uma perna, mas, por exemplo, foi-lhe amputada uma perna.

 

[Texto 5733]

Infinitivo introdutório

Infelizmente, também temos

 

      Silêncio, vai falar o maestro Rui Massena, no Got Talent Portugal: «Boa noite, Praxis Crew. Dizer que...» Alto! Já percebemos. Em Espanha, onde é praga desde a década de 80, chamam-lhe «infinitivo introductor» ou «infinitivo radiofónico», que consiste no uso — anómalo, diga-se já — do infinitivo como verbo principal de uma oração. O filólogo Rubén Pérez Negueruela deu-lhe designação bem mais expressiva: tarzanismo. Cá também não é raro, e precisamente nos mesmos meios. Portanto, ficai atentos; de tudo vos preveni.

 

[Texto 5732]