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Linguagista

Números por extenso

Baralhamos ou atinamos?

 

      «Ainda que se movimente em círculos de pessoas influentes, é descrita como despretensiosa e simpática, no seu metro e 54» («Susan [Miller], a astróloga assustadoramente certeira», Sónia Bento, Sábado, 9.04.2015, p. 86).

      Será boa prática misturar algarismos com números por extenso? Não me parece.

 

[Texto 5761]

Regência do verbo «gostar»

Já era

 

      «Mobilizaram esforços, criaram petições e entregaram uma carta à Administração Central do Sistema de Saúde com milhares de assinaturas, já que um valor a menos pode ser o suficiente para que qualquer um destes jovens fique o resto da vida a trabalhar numa especialidade que não goste» («Finalistas de Medicina rejeitam mudança de bibliografia para exames», Andreia Filipa Novo, Jornal da Tarde, RTP1, 14.04.2015).

    O verbo gostar pede a preposição de. Dantes sabia-se isto; agora, gramática e Portugueses falam línguas diferentes. Reparem que se trata de uma jornalista, não de um cantoneiro de limpeza.

 

[Texto 5760]

Concordância com numerais

Vamos concordar

 

      «A ideia dos actuais tories é que as 1,3 milhões de famílias que vivem nestas casas com rendas baixas possam comprá-las com um bom desconto — aumentando assim o número de proprietários» («Cameron ressuscita a “democracia de proprietários” de Thatcher para as eleições», Clara Barata, Público, 15.04.2015, p. 27).

      Como o verbo está depois do número, pode ficar no plural, mas há mais dois problemas: ao contrário de mil, que é um numeral adjectivo, milhão é um numeral substantivo, e, por isso, é sempre antecedido de artigo masculino; a palavra que vem depois, neste caso, milhão, concorda, pelo menos de acordo com as regras, com a parte inteira do número, embora reconheça que fere um pouco a nossa sensibilidade.

 

[Texto 5759]